
Fotografei o teto da casa do povo. Os modernistas rabiscaram uma liberdade turva mordendo a dimensão horizonte do cerrado inóspito. Dizem que visando o futuro. Os ensinamentos foram cunhados em 1933. A ordem coletiva como lógica pomposa se inverteu feito laranja chupada até o bagaço virado do avesso. É o preço que nos cabe nesse latifúndio, que de tão controlado nos deixa livre. Isso dói a vista de madrugada. E é uma dor que é rasgada como os barracos são ao surgirem espontâneamente no fim da W3 norte. Ou nos espaços vazios da L2. Faltam habitações e isso é fato. Enquanto a cidade dorme, eles vivem sob lonas. Enquanto veículos entopem as veias das W's e L's, eles ardem sob o sol. 'A história está escrita no traçado e na arquitetura das cidades.' Pra mim arquitetura está inscrita na história da vida nua do ser humano. Tanto quanto no sofrimento da vida do ser humano nu. Quando lembro desses despejos nas madrugadas capitalinas, e dessa vastidão de céu azul e terra larga, dá vontade de gritar. Mas nunca tenho ferro nos punhos.
sou fraca.