Mahmud Darwich falou de café comigo como quem senta na mesa com um estranho sedutoramente aconchegante. Não nos conhecemos bem, fato. No entanto, das folhas velhas do livro que tomei emprestado ontem ele se atirou sobre mim de forma naturalmente bonita.
Há coisas que me forçam a viver sorrateira nesse sertão, já que nem tudo são cores e sons. Às vezes tais cores e tais sons lambem as lascas feridas da vida, verdade. Mas nesse caso gritam ardendo de sangue e não consigo tocá-los por cegueira, ora do ouvido, ora das mãos.
Acho que é quando fico propensa a cair esquecida no fado.